segunda-feira, 31 de maio de 2010

Remorso de Gaúcho

Um gaúcho entra na delegacia de polícia em Uruguaiana e dirige-se ao delegado:

- Seu delegado, vim me entregar. Cometi um crime e desde então não consigo ficar em paz.

- Chê - disse o delegado - as leis aqui são muito brabas e são cumpridas. Se tu és mesmo culpado, não terás apelação que te livre da cadeia, mas fala ...

- Atropelei um argentino aqui na estrada BR-472, perto de Itaqui.

- Ora, xirú, como tu podes te culpar se estes argentinos atravessam as estradas a todo tempo?

- Mas o vivente estava no acostamento.

- Se estava no acostamento é porque queria atravessar. Se não fosse, tu seria outro qualquer.

- Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele qüera, sou um porqueira mesmo.

- Bueno, se tu tivesse avisado a família, haveria manifestação, repúdio popular, passeata, repressão, pancadaria e aí sim morreria muito mais gente. Acho o senhor um pacifista, merecia até uma estátua.

- Mas senhor delegado, eu enterrei o coitado ali mesmo, na beira da estrada.

- Tá provado, tu és um grande humanista mesmo ... enterrar um argentino, és um benfeitor. Outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubús e outros animais, provavelmente até hienas.

- Mas seu delegado, enquanto eu o enterrava, ele gritava: Estoy vivo, estoy vivo !!!

- Bah, garanto que era mentira dele. Esses argentinos mentem muito !!!

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